As estruturas faciais, como ossos e músculos, são responsáveis por possibilitar toda a motricidade da face. Também estão envolvidos em vários processos os dentes, lábios e língua, sendo que todos eles possibilitam cumprir as funções estomatognáticas, que seriam sucção, respiração, deglutição e mastigação.
Quando ocorrem problemas nessas estruturas, a dinâmica facial fica comprometida, havendo necessidade de intervenções para reabilitar o paciente. Por isso, em muitos casos os profissionais da ortodontia e da fonoaudiologia trabalham em conjunto.
Neste artigo explicaremos mais a fundo como se dá a relação entre essas duas especialidades para que você compreenda por que elas se complementam. Continue lendo!
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A função do dentista não é somente tratar cáries. Na verdade, a Odontologia possui diversas ramificações, como acontece com a medicina, para que especialistas possam tratar os vários problemas que se manifestam nas estruturas bucais e faciais.
Da mesma forma, o fonoaudiólogo não atua somente na correção de problemas da fala. O campo desse profissional também é extenso, sendo que ele realiza tratamentos para prevenir, habilitar ou reabilitar pacientes com problemas na motricidade oral, que interferem nas funções estomatognáticas, tais como mastigação e deglutição.
Por isso, há casos em que odontologistas especializados em ortodontia atuam em conjunto com fonoaudiólogos. Essas especialidades se complementam porque o foco do seu trabalho está nas mesmas estruturas faciais, e os tratamentos associados possibilitam alcançar melhores resultados.
É muito comum indivíduos apresentarem alterações estruturais ou funcionais, como a má oclusão e desvios no crescimento facial. Essas características interferem negativamente nas funções e na estética e, então, a avaliação e tratamento com o fonoaudiólogo e ortodontista são fundamentais.
A partir dos seis ou sete anos de idade, quando a dentição de leite começa a ser trocada pela permanente, é possível observar se a criança poderá apresentar problemas em suas funções faciais. Sendo assim, essa faixa etária é a ideal para avaliação do fonoaudiólogo e do ortodontista. Se a criança estiver sendo acompanhada pelo odontopediatra, é provável que ele encaminhe a criança ao ortodontista para uma avaliação, mas também acontece da escola ou dos pais perceberem alguma alteração na fala da criança e então encaminhá-la ao fonoaudiólogo. Ambos os profissionais avaliarão a criança e sendo necessário o trabalho conjunto irá indicar esta associação de tratamentos.
Nessa idade os profissionais conseguem avaliar a questão da forma X função, sendo que o fonoaudiólogo analisa se uma determinada função está de acordo com a forma apresentada na anatomia da criança. O ortodontista avalia se as estruturas ósseas e dentárias estão se desenvolvendo de acordo com a idade da criança, e sua tendência genética com relação ao equilíbrio das estruturas, se ossos, dentes e língua terão espaços e se estão em condições adequadas para exercerem sua função.
No caso da respiração, por exemplo, o fonoaudiólogo observa se a estrutura da criança está adequada para sua idade, se ela apresenta algum problema ao respirar, se a postura da língua e das arcadas dentárias estão corretas, entre outros. O ortodontista avalia se a respiração está acarretando algum problema para o bom desenvolvimento das arcadas, dos dentes e qual será o tratamento que irá favorecer a respiração nasal. E muitas vezes ambos os profissionais podem recomendar a consulta com um otorrino.
O mesmo se dá com a deglutição, a fala e a mastigação. O fonoaudiólogo faz essa investigação para identificar precocemente características que trarão problemas para a criança. O ortodontista avalia a engrenagem dos dentes e se a mastigação está acontecendo de forma eficaz, então, a correção estrutural é feita por meio da ortodontia. E a função muscular, língua e lábios é reeducada e reorientada pelo fonoaudiólogo. Em muitos casos, ambos os trabalhos são importantes para um melhor resultado, e principalmente para evitar que o problema volte a aparecer depois de finalizado o uso dos aparelhos ortodônticos.
O uso de aparelhos ortodônticos em muitos casos é suficiente para guiar o crescimento e minimizar os problemas que poderiam surgir. Quando o paciente já está fora da fase de crescimento os dispositivos corrigem os problemas instalados promovendo melhora na função e o fonoaudiólogo pode também ajudar a equilibrar as estruturas à nova conformação da mordida.
Há casos em que essas condições não são decorrentes do crescimento, mas sim de traumas ou acidentes que a pessoa possa ter sofrido. Então, também atuam em conjunto esses profissionais e ainda pode ser necessário o ortopedista para complementar a equipe.
Embora o trabalho de fonoaudiólogos e ortodontistas sejam complementares, nem todos os pacientes precisam de ambos especialistas simultaneamente. Existem casos em que isso de fato ocorre, mas também aqueles em que o problema é observado por um e tratado por outro.
O acompanhamento a ser realizado depende da necessidade de cada paciente, sendo, portanto, fundamental avaliação para identificar o problema ou a tendência da criança para desenvolvê-los, e assim definir o melhor método a ser adotado.
O importante é que os pais estejam atentos a qualquer sinal ou característica da criança que possa indicar algum tipo de comprometimento em seu desenvolvimento. Afinal, procurar o especialista o mais rápido possível aumenta a chance de se tratar com sucesso a condição, evitando que ela venha a agravar-se.