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Roer as unhas pode prejudicar os dentes?

Atualizado em 29/09/2021
Tempo de leitura: 3 min.
Ao fundo da imagem, há uma mulher roendo as unhas com os dentes.

Nossos dentes são estruturas muito rígidas, não é mesmo? Mas isso não significa que eles não possam sofrer danos e, muitas vezes, eles acontecem em ações que julgamos inofensivas, como roer as unhas. Você sabia que esse hábito pode trazer abalos para a saúde bucal?

Se você tem esse hábito, ou conhece alguém que faz isso, então continue lendo este post e veja quais são os malefícios e prejuízos de roer as unhas para entender por que é preciso evitar para ter um belo sorriso e dentes saudáveis.

O esmalte dentário

Nossos dentes são órgãos muito resistentes, e isso acontece porque o seu esmalte é o tecido mais mineralizado que encontramos no organismo humano. Porém, isso não o classifica como indestrutível, afinal, ele pode sofrer danos que afetam a sua estrutura.

A ingestão  de determinados alimentos e a higiene inadequada desencadeiam diversas condições perigosas para nossos dentes. Entretanto, as agressões também podem partir de fatores mecânicos como morder objetos duros ou roer as unhas.

Preservar o esmalte dentário é essencial porque ele é uma camada de proteção para as estruturas internas do dente, ou seja, a sua polpa. Nela se localizam os nervos, vasos sanguíneos e outros tecidos sensíveis que não podem ficar expostos.

Sendo assim, o esmalte é como um escudo e precisa ser preservado a fim de conseguir cumprir bem o seu papel. Roer as unhas é um desses hábitos nocivos que podem  deixar as partes sensíveis e desprotegidas.

Por que roer as unhas prejudica os dentes

Mesmo um metal muito resistente pode sofrer abrasão quando em contato com um agente agressor como uma lixa. O atrito exercido sobre sua superfície aos poucos remove pequenas partículas e isso modifica a sua estrutura.

Esse mesmo processo acontece com o esmalte dentário quando ele tem contato com algum objeto duro. Ocorre atrito em sua superfície que faz com que aos poucos ele perca o seu material, como num processo de lixamento.

Quando roemos as unhas isso também acontece, afinal, elas são resistentes e firmes, sendo necessário um grande esforço dos dentes para cortá-las. Essa fricção desgasta o esmalte e ele fica cada vez mais fino.

Além da perda mineral que deixa o dente fragilizado, ele pode sofrer desgaste em sua coroa e ficar cada vez mais curto. Ainda existe a possibilidade de surgirem trincas ou pequenas fraturas no esmalte, além de poder entortar os dentes.

Nem sempre esse processo é rápido, pois pode levar muito tempo para que os prejuízos comecem a ser percebidos e varia para cada pessoa. De toda forma, não importa quão resistente o dente seja, sofrendo essas agressões continuamente será lesionado ao longo do tempo.

Quais complicações roer as unhas pode causar

Roer as unhas provoca um atrito muito grande sobre a estrutura do esmalte dentário fazendo com que ele perca os seus minerais. Por isso, fica mais fino e o dente perde seu formato porque sofre desgaste da coroa.

A perda mineral provocada pelo ato de roer as unhas provoca sensibilidade dentinária (no momento das variações bruscas de temperatura ou em contato com substâncias açucaradas e ácidas) porque o esmalte fica poroso demais.

Os dentes desgastados também ficam mais suscetíveis a problemas diversos, como as cáries. Isso porque sofrem intensamente a ação dos ácidos liberados por bactérias e isso aumenta a possibilidade de as lesões se manifestarem.

Os dentes desgastados levam a um mau posicionamento das arcadas, fazendo com que os músculos trabalhem de maneira irregular, gerando e perpetuando essa maneira errada de trabalhar.

Sendo assim, roer as unhas pode prejudicar muito a saúde dos seus dentes. Caso você já esteja percebendo alterações em sua saúde bucal, procure um dentista, porque é possível realizar tratamento para reverter os problemas e conservar seu sorriso bonito e saudável.

Ao fundo da imagem, há uma mulher roendo as unhas com os dentes.
Por Dr. Marcos Ney Pizzocolo
CRO-SP 56458. Formado pela Universidade Paulista – UNIP – em 1995 e pós-graduado em especialização de prótese dentária. Atua na área de estética, implante, cirurgia oral e reabilitação oral.

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