A saúde estrutural é aquela que se refere aos cuidados com a integridade das estruturas bucais, que são os dentes, a gengiva e o osso alveolar. Saiba mais a respeito de cada uma delas:
Os dentes do ser humano começam a nascer por volta dos seis meses de idade. Espera-se que até os 3 anos a criança já esteja com todos os decíduos (dentes de leite), totalizando 20. Eles começam a ser substituídos pelos permanentes geralmente a partir dos 5 e até os 12 anos de idade aproximadamente. A partir dos 18 anos, os dentes siso começam a nascer, então, arcada dentária se completa com 32 dentes permanentes.
A distribuição dos dentes se dá com 16 no arco superior e 16 no arco inferior, sendo a sua classificação:
Incisivos: são oito no total e se localizam na parte anterior (na frente) das arcadas, sendo dois do lado esquerdo e dois do lado direito. Sua função é cortar os alimentos, e proteger a articulação temporomandibular quando “jogamos” a mandíbula para frente.
Caninos: o ser humano tem quatro dentes caninos, que também são chamados de presas e se localizam ao lado dos incisivos. Sua função é muito importante, além de ajudar a estrutura óssea da cabeça a se manter muito forte, os caninos “guiam” a mandíbula para o ponto final da mastigação que é o engrenamento dos dentes inferiores com os superiores, evitando assim as “retrações gengivais”, além de diminuir a força mastigatória em 70%.
Pré-molares: são oito no total e estão em seguida dos caninos, distribuídos dois em cada lado deles. A sua função é triturar os alimentos e suportar a mandíbula (em menor escala do que os molares) em determinada altura para poupar a articulação temporomandibular.
Molares: são os dentes que ficam mais ao fundo da boca, contabilizando 12 no total. O terceiro molar, que seria o último dente da arcada dentária, é chamado siso. Algumas pessoas podem não ter esse dente ou precisar extrai-lo por causa de complicações. A função dos molares é triturar os alimentos e suportar a mandíbula em determinada altura para poupar a articulação temporomandibular.
Quando olhamos para nossos dentes conseguimos ver apenas uma parte deles, porque na verdade são compostos por três, sendo:
Além disso, o dente também possui uma estrutura interna, como se fossem camadas.
A parte branca que podemos ver é o esmalte, uma formação mineral muito resistente (estrutura mais dura do organismo) que faz a proteção das partes nervosas, mais sensíveis e se relaciona com o esmalte do dente oponente para amassar e triturar os alimentos.
Logo abaixo dele temos a dentina um pouco mais sensível do que o esmalte, mas também uma formação mineral composta por sal de cálcio.
Em seguida está a polpa uma estrutura menos densa formada por tecido conjuntivo. Ela é composta por terminações nervosas e vasos sanguíneos, sendo responsável por manter o dente vivo.
A gengiva é um dos tecidos periodontais (pério- ao redor, odonto- dente, ao redor do dente) que pertence à mucosa bucal. Seu aspecto natural é a cor rosada, que pode variar para o roxo, com textura semelhante à casca de laranja. A função da gengiva é envolver os dentes promovendo a sua sustentação e a proteção do osso alveolar.
Podemos dividir a gengiva topograficamente como marginal ou livre e aderida ou inserida. A primeira é a porção final da gengiva, que termina com a sua borda dando espaço para o dente. Ela é um pouco mais maleável. A segunda porção é mais firme e fortemente aderida aos demais tecidos bucais. Se localiza mais acima nos dentes superiores e mais abaixo nos inferiores tendo aspecto um pouco mais liso.
Assim como os dentes, a gengiva também pode ser acometida por diversos problemas diferentes. O mais comum deles é a gengivite, mas também podem ocorrer a periodontite, pericoronarite e abcessos.
Trata-se de uma inflamação mais comumente decorrente da proliferação de bactérias em função do descuido com a higiene bucal. Provoca, principalmente, inchaço na gengiva, dor e sangramento.
É uma complicação da gengivite não tratada, caracterizando-se como uma inflamação mais grave que pode evoluir para o tecido ósseo. Esse problema afeta os ossos de sustentação dos dentes causando o seu desaparecimento gradativo, podendo deixar os dentes moles e ocasionando até mesmo sua perda. Provoca inchaço, dor, sangramento, mau hálito, retração gengival, bolsas periodontais, entre outros.
Inflamação que afeta as gengivas que estão ao redor de um dente que está em fase de erupção (quando estão nascendo). Ocorre por causa da falta de espaço para a gengiva quando o dente está nascendo, gerando um entumecimento da mesma e com isso ela sofre “trauma” mecânico dos dentes ao redor. força que ele realiza para nascer e que acaba ferindo o tecido, podendo complicar-se em função da proliferação de bactérias. E comum nos dentes de siso e provoca dor, mau hálito, sangramento, limitação dos movimentos, bucais, inchaços e presença de pus.
É uma bolsa de pus que se forma em função de uma infecção no dente. Embora ela não tenha origem na gengiva, manifesta-se ali com formato de um caroço ou bolha, até mesmo uma pequena bola branca que se assemelha a uma espinha, porque possui pus. Se não tratado o abscesso causa contaminação bacteriana na polpa dentária (nervo do dente). Seus sintomas são dor, sensibilidade, mau hálito, gânglios no pescoço, inchaço e inflamação gengival.
Assim como os dentes a gengiva também precisa de cuidados, e eles são realizados durante a escovação, começando pela escolha de uma boa escova, pequena, cerdas normais que massageiem as gengivas e eliminem a sujeira.
Também é fundamental o uso do fio dental para eliminar resíduos que se prendem as bordas da gengiva, e fazer visitas periódicas ao dentista, onde é realizada a raspagem periodontal para eliminação de tártaro subgengival.
O osso alveolar é a estrutura mineral responsável por manter os dentes fixos na boca. Ele envolve a raiz dentária e evita que haja mobilidade ou queda dos dentes. Além dessa função, o osso alveolar também faz a distribuição das forças que são geradas durante o processo mastigatório e outras ações mecânicas. Assim, evita a sobrecarga em apenas um ponto.
Como todos os demais tecidos bucais, o osso alveolar é fundamental para manter a saúde dentária e a funcionalidade das arcadas. Porém, ele também pode ser acometido por problemas, tanto aqueles de origem orgânica como os que se manifestam na boca.
A osteoporose, por exemplo, que provoca a perda da densidade óssea, também afeta a sua estrutura. Além dela, podemos citar as seguintes complicações:
Para que o osso alveolar mantenha a sua estrutura ele depende da presença da raiz dentária. Por isso, quando ocorre a perda de um ou mais dentes sem a sua substituição por um implante, acontece a perda óssea. Isso significa que o tecido fica mais fino ou mais baixo, dificultando um tratamento posterior.
A periodontite é uma inflamação que afeta os tecidos de sustentação dos dentes, consequentemente, também o osso alveolar. Quando não é devidamente tratada ela acarreta a perda óssea e pode levar à queda do dente, em função da falta de tecidos que o mantenham fixo.
É importante saber que existem diferentes classificações para a densidade óssea. Ou seja, há quem tenha ossos mais firmes e resistentes e aqueles com uma estrutura menos dura. Essa é uma característica natural de cada paciente e não implica necessariamente no equilíbrio da saúde bucal.
Mas é preciso ressaltar que, como para todos os ossos do corpo humano, o alveolar necessita de nutrientes para manter a sua densidade e cumprir com sucesso suas funções. Sendo assim, além dos cuidados básicos de higiene para evitar a proliferação de bactérias, é preciso uma alimentação equilibrada e uma mastigação adequada, garantindo a mineralização desse osso.
Não se esqueça de que existe uma interdependência entre essas três estruturas bucais. Sendo assim, os problemas que afetam os dentes também podem trazer complicações para a gengiva e o osso alveolar. Ao mesmo tempo, se a gengiva não estiver saudável ela traz complicações para os dentes e os ossos, e assim por diante.
Por isso, os cuidados com a saúde bucal devem ser completos, focando em cada uma dessas partes para que todas funcionem plenamente e se complementem para evitar doenças e problemas, além de garantir qualidade de vida para a pessoa.