Sabia que a inflamação que começa na gengiva pode migrar para estruturas mais internas da boca? Ela atinge os tecidos que sustentam os dentes, aqueles que compõem o periodonto, são eles, os ossos e ligamentos. Quando isso acontece ocorre o quadro de periodontite.
Essa doença bucal é uma inflamação infecciosa provocada por bactérias presentes na placa bacteriana e por excesso de cargas nos dentes que não deixam o sistema se auto regular. É um quadro que pode ter consequências graves, inclusive, levar à perda de dentes, além de também agir na saúde geral do paciente, como na dificuldade de um diabético controlar sua glicemia, riscos desta infecção chegar ao coração, entre outras. Por isso exige tratamento profissional.
Neste artigo explicaremos quais são as abordagens adotadas pelos dentistas para tratar a periodontite, a fim de conter essa inflamação e evitar prejuízos maiores para a saúde bucal. Continue lendo para aprender um pouco mais sobre esse assunto.
Índice
Na introdução explicamos que a periodontite é provocada por bactérias que se proliferam na boca. Então, quando há um acúmulo de placa bacteriana, desequilíbrio de forças na mastigação e formação de tártaro, os tecidos do periodonto ficam inflamados e infectados.
Por isso, a abordagem inicial para tratar a periodontite é promover a limpeza da região afetada. É preciso eliminar esses resíduos que estão acumulados fazendo a raspagem da área. O objetivo é manter o local higienizado para evitar que as bactérias se proliferem. Após isso, é necessário avaliar e corrigir os desalinhamentos nas forças mastigatórias.
Em alguns casos ocorre, também, a formação de abscessos, bolsas de pus na região do periodonto. Quando isso acontece é preciso fazer, também, o esvaziamento dessas bolsas, drenando a secreção produzida e fazendo a higienização para eliminar resíduos e bactérias e diminuir as forças não axiais na raiz.
É também muito importante, a higienização diária com fio dental e escova de forma correta, para que após o trabalho das raspagens, o paciente consiga manter limpo! Porque do contrário a contaminação volta a acontecer.
Como a periodontite é uma inflamação infecciosa, a tendência é que ela continue se expandindo. Por isso, pode atingir camadas cada vez mais profundas de tecido ou se espalhar para os demais dentes. Sendo assim, uma etapa importante do tratamento é conter essa inflamação.
A abordagem varia de acordo com a necessidade do paciente. Via de regra a orientação de higiene e a raspagem é o primeiro caminho. Em alguns casos pode ser recomendado medicamentos para desacelerar o processo inflamatório. Em outros, quando a infecção está muito intensa, ou quando o paciente apresenta alguma doença de base como diabetes ou cardiopatias, é preciso fazer o contrário: primeiro controlá-la para depois higienizar. Concomitante a isso temos que avaliar as forças mastigatórias, se os caninos estão trabalhando corretamente, se existe falta de dentes, tudo isso ajuda a sobrecarregar os tecidos e gerar a periodontite.
O dentista pode recomendar medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos de administração via oral, dependendo da intensidade do quadro. Também existe a opção de produtos de uso tópico, como os enxaguantes e alguns cremes dentais terapêuticos.
É muito importante seguir à risca a recomendação do profissional respeitando a substância indicada, sua dosagem e o tempo de tratamento. Afinal, os sintomas tendem a minimizar com o uso da medicação, mas é preciso dar continuidade a sua ingestão ou aplicação para de fato eliminar todas as bactérias.
A periodontite traz consequências muito severas para as estruturas que compõem o periodonto. Nos casos mais graves há uma perda de tecidos com uma redução dos ligamentos, a retração da gengiva e perda óssea. São essas condições clínicas que podem levar à perda do dente.
Por isso, alguns pacientes precisam de intervenções cirúrgicas, em alguns casos até mesmo para fazer uma limpeza mais profunda. Em outros o objetivo é reconstruir os tecidos, como com a aplicação de enxertos gengivais, a fim de recobrir a raiz dentária que ficou exposta por causa da retração. Em outros há a necessidade de se recompor a mastigação, devolvendo dentes nos espaços perdidos e ajustando o engrenamento dos dentes inferiores com os dentes superiores.
O momento de realização da cirurgia também varia dependendo das características de cada quadro. Para fazer o enxerto gengival que citamos, por exemplo, é preciso que a inflamação esteja totalmente controlada para garantir a cicatrização dos tecidos.
É válido ressaltar que a periodontite não acontece de uma hora para outra. Ela é uma evolução da gengivite, inflamação que começa na gengiva. Além de não promover dor, muitas pessoas têm a doença é nem sabe! Assim, identificar os primeiros sinais dela é fundamental para impedir que esse quadro evolua. Além disso, a prevenção é muito simples, feita principalmente com uma boa higienização e acompanhamento odontológico frequente.